A fim de maximizar a eficiência dos recursos ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos, promovendo a redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais, a economia circular visa criar um sistema fechado, onde os resíduos são minimizados e os recursos são mantidos em uso pelo maior tempo possível.
Devido à urgência em promover práticas mais sustentáveis em todas as esferas da sociedade, o termo vem se consolidando ao longo dos últimos anos, sendo que a economia circular se difere do modelo linear tradicional, que é baseado em extrair, produzir e descartar. Ela também gera benefícios ambientais, como a redução de resíduos e emissões de carbono, e econômicos, como a criação de novos empregos e mercados. Além disso, esse modelo de produção incentiva a inovação na criação de produtos e sistemas mais sustentáveis.
Entre os princípios fundamentais da economia circular, vale mencionar:
- Produção que considere a durabilidade;
- Reutilização e remanufatura;
- Reciclagem de materiais;
- Uso de energias renováveis.
Diante desse contexto, negócios de diferentes segmentos e mercados vêm promovendo a economia circular, como é o caso da startup Restin.
Foco no desperdício de alimentos
A foodtech Restin surgiu a partir da indignação de seus fundadores, Luciano Almeida e Franciele Barbosa, com o desperdício de alimentos. Nesse sentido, por meio de sua solução, a startup conecta produtos de indústrias alimentícias com o Food Service, que poderá usá-los como matéria-prima em sua produção.
A Restin trabalha com produtos próximos da data de validade e reverso, o que permite oferecer grandes ofertas aos restaurantes e cozinhas industriais parceiras. Sendo assim, além de combater o desperdício, impede que esses alimentos sejam descartados, gerando redução do desperdício para a indústria e economia aos restaurantes. Ao todo, já foram mais de 50 mil kg de proteínas selecionadas e distribuídas, totalizando 30 mil toneladas de CO2 salvos, isso porque, 1kg de carne desperdiçada equivale a 60 kg de CO2 emitido.
De acordo com Luciano Almeida, CEO e fundador da Restin, o impacto gerado na venda de produtos próximos da validade para o Food Service é fundamental para que a economia circular funcione de forma correta. “Isso traz benefício para todas as pontas, já que o Food Service tem giro constante e pode usar um produto com validade muito mais crítica do que o varejo alimentar”, pontuou. Atualmente, a startup conta com mais de 11 indústrias de alimentos parceiras, além de aproximadamente 230 restaurantes comerciais.
Em 2022 a Restin participou do InovAtiva de Impacto Socioambiental, programa de aceleração focado em negócios inovadores com propósito de gerar impacto social ou ambiental positivo. “A participação no programa ajudou a startup no posicionamento do seu modelo de negócio, que havia mudado há pouco tempo, além de contribuir para a modelagem do modelo de negócio, ajuste no pitch e, principalmente, a visibilidade para novos investidores, além da premiação que foi o ponto chave”, complementou o executivo.
Dentro da categoria “foodtech de impacto”, a Restin se esforça para reduzir o desperdício de alimentos na indústria, focando em proteínas, estocáveis e laticínios, o que impacta diretamente na economia circular. Este modelo é visto como uma alternativa sustentável ao atual sistema econômico de produção, ajudando a enfrentar desafios globais, como a escassez de recursos naturais e a crise climática.