Inovação aberta, ou open innovation, é um tema que está em alta por ser uma grande oportunidade para startups acelerarem seu crescimento e relevância no mercado.
De acordo com Alexandre Uehara, mentor InovAtiva que trabalha com inovação aberta desde 2015, esse tipo de colaboração entre startups e grandes empresas é um casamento perfeito, porque supre as necessidades de ambos os lados como uma luva.
“As startups oferecem vantagens competitivas como novas ideias, equipes dedicadas, ousadia, flexibilidade e velocidade de operação que grandes empresas precisam. Por outro lado, elas buscam testar, validar suas soluções e escalar seus negócios. As grandes corporações oferecem isso com a credibilidade de suas marcas, canal de vendas, conhecimento profundo de mercado e histórico de relacionamento com seus clientes”, explica Alexandre.
A hora certa para procurar empresas e iniciar a relação de inovação aberta
Essa é a dúvida de muitos empreendedores quando começam a planejar sua estratégia de inovação aberta. Quando é o momento apropriado? A resposta é: a qualquer momento. Na verdade, o caminho é o oposto. A estratégia para encontrar uma grande empresa vai depender do momento de maturidade em que o empreendedor está com sua startup.
“Em 2015, quando essa colaboração começou a ser realidade no mercado, ainda não existia preparação e abertura das empresas para isso. Hoje, os processos estão muito mais organizados. Cada corporação abre seus editais em busca de startups em devidas etapas de maturação. Por isso, é necessário que o empreendedor leia toda a chamada antes de se inscrever para não perder seu tempo nem o das pessoas responsáveis pela avaliação”, diz.
Além disso, o profissional lembra que inovação aberta não é uma prática que envolve somente startups, mas também instituições acadêmicas. “As empresas e universidades podem entrar em uma parceria para que os alunos aprendam a resolver problemas na prática ao invés de ficar somente na teoria. É uma solução que também atende os dois lados muito bem.”
Conexão é tudo
Infelizmente ainda não existe um canal que centralize as oportunidades e editais abertos de open innovation de todas as empresas. “Talvez essa seja uma boa ideia para uma nova startup!”, comenta Alexandre. Segundo ele, ainda é necessário que os empreendedores entrem em cada site e consultem a abertura de chamadas.
No entanto, também é possível “bater na porta” das empresas e propor a colaboração com um plano de negócios claro e objetivo. Mas o mentor aconselha cuidado com essa estratégia, porque a agenda dos executivos de grandes empresas é concorrida, então muitas vezes eles acabam delegando a demanda e ela não surte os efeitos desejados.
Neste caso, Alexandre recomenda priorizar o networking e avaliar muito bem com qual organização entrar em contato. “Falamos muito sobre o interesse das grandes empresas, mas a verdade é que as startups também devem escolher bem. É preciso analisar qual relação faz sentido com seu negócio e sua fase de maturação.” A partir daí, participar de eventos e procurar conexões em comum com o profissional responsável por esses projetos dentro da empresa e pedir indicações.
Além disso, o profissional recomenda fazer parte de grupos de aplicativos de mensagens que compartilhem oportunidades desse tipo. “Faço parte de vários grupos de conversas e muita gente manda links o tempo todo. Pelo menos 70% dos programas de open innovation que eu fico sabendo é por meio deles e tento compartilhar com meus contatos sempre que possível”, finaliza o mentor.