No ambiente de inovação, sabemos que novas ideias, tecnologias e possibilidades de interação no ambiente virtual surgem todos os dias. Inclusive, tanta é a evolução tecnológica que chegamos a um ponto em que não podemos mais definir a própria internet da mesma forma que ela foi criada.
A criação das redes sociais configurou a Web 2.0, devido à possibilidade de interação direta entre usuários na internet. Já o termo Web3 configura a revolução de interações que vivemos atualmente.
“A Web3 é uma tecnologia baseada em blockchain que une a Web 2.0 e assets digitais para o lançamento de tokenização para vários tipos de mercado. Ela é uma evolução tecnológica que permite descentralizar o meio digital, com usuários anônimos e autocustódia”, afirma Alexandre Adoglio, Cofundador e CEO da Sonica, startup acelerada no InovAtiva Brasil. Ela é uma plataforma sem código para projetos Web3, que funciona como um hub de soluções como websites, NFTs, metaverso e blockchain.
Alexandre explica o conceito de carteira digital e como a Web3 permite que o usuário possa navegar de forma anônima, sem precisar compartilhar seus dados para realizar transações virtuais. “Essa busca por dados de usuários é uma forma das corporações identificarem cada aspecto de sua vida online para lucrar. Já na Web3, a única identificação é por meio da carteira digital, que protege seu anonimato e liberdade.”
Ainda nos seus primeiros passos e com inúmeras possibilidades de aplicação, a Web3 já é realidade este ano. Confira, para o especialista, quais são os usos da tecnologia para este ano:
NFTs Operacionais
Segundo Alexandre, os conhecidos NFTs (sigla para Non Fungible Tokens) são muito mais do que um registro digital de obras de arte virtuais. Eles são usados como ferramentas de relacionamento de marcas com seus clientes. “As empresas podem criar NTFs que destravem benefícios para seus consumidores, como viagens, experiências virtuais e presenciais, brindes. Ou seja, qualquer tipo de vantagem que possa ser usada para a criação de uma comunidade fiel de seguidores.”
Tokenização
A tokenização de imóveis e recebíveis é uma solução em alta para um mercado que está com dificuldades por conta dos altos valores envolvidos. Alexandre comenta sobre um imóvel em Porto Alegre que foi vendido a partir da tokenização em 2022. “No final do ano, quatrocentas pessoas compraram uma parte do mesmo imóvel. Assim, quando ele é alugado, cada um recebe uma parcela da renda.” O profissional também fala sobre a possibilidade de usar a tecnologia para investimento em empresas. “É a mesma lógica. Qualquer um pode comprar um token de uma startup que está precisando de investimento e, de acordo com a porcentagem do valor total que ele escolhe aportar, recebe uma parcela proporcional do lucro pelo tempo estipulado”, explica.
Criptomoedas corporativas
“Cada empresa pode criar sua própria criptomoeda e remunerar seu funcionário, ou até usar para bônus anuais e ele é capaz de usar essa moeda para comprar o que quiser. É como um programa de incentivo onde não é mais necessário trocar por dinheiro ou passar pelo radar dos bancos”, conclui o empresário.