Ecossistemas regionais: conheça as características do empreendedorismo inovador em cada um deles

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O compromisso de acelerar o desenvolvimento do empreendedorismo inovador no Brasil envolve a compreensão da pluralidade de realidades dentro do país. “Temos cinco regiões muito diversas entre si, cada uma com seus pontos fortes e desafios. O mais importante a analisar no quesito de aquecimento do ecossistema é a existência de políticas públicas de apoio”, explica Morganna Tito, Coordenadora de Projetos do InovAtiva. 

Morganna já trabalha com o hub desde 2013, como avaliadora de startups que se inscreviam no InovAtiva Brasil para aceleração, se tornou líder de comunidade em 2020 e Alumni em 2021, ano em que também ingressou na Associação Brasileira de Startups (Abstartups) como Coordenadora de Comunidades. 

Usando sua experiência e repertório em anos de trabalho com comunidades pelo país, a profissional explica um pouco sobre as características de cada ecossistema regional de empreendedorismo inovador em entrevista exclusiva ao Blog InovAtiva.

Sudeste

“Quando o boom de startups explodiu nos Estados Unidos, algumas delas internacionalizaram seus negócios para o Brasil e se instalaram em São Paulo. A partir daí, os funcionários aprenderam o método de trabalho e começaram a fundar suas próprias startups”, explica Morganna. 

O Sudeste lidera o número de startups no país com atuação relevante não somente no estado de São Paulo, centro econômico do país, mas também nos outros estados, principalmente em Minas Gerais. 

A profissional também esclarece que o grande número de negócios inovadores existentes em São Paulo envolve startups que nasceram em outras regiões e se mudaram para a capital paulista. “Os empreendedores fazem esse movimento não somente em busca de mercado consumidor, mas principalmente da relação com grandes empresas para iniciar um processo de inovação aberta.”

Sul

A região Sul é conhecida como o Vale do Silício brasileiro, pelo rápido crescimento de startups em poucos anos, principalmente em Florianópolis (Santa Catarina). “Falamos de ecossistemas regionais, mas cada estado brasileiro cria suas próprias políticas públicas e seu ecossistema se desenvolve de forma diferenciada”, diz Morgana.

Segundo a profissional,  Santa Catarina e Florianópolis, de forma municipal, tiveram iniciativas públicas importantes nos últimos anos, que provocaram o crescimento observado hoje. Além disso, o Rio Grande do Sul e Paraná também têm investido muito em seus ecossistemas de empreendedorismo inovador. 

Centro-Oeste

Na região Centro-Oeste do Brasil, o estado de Goiás é o que apresenta maior estruturação de políticas públicas para o desenvolvimento de seu ecossistema, mas Morganna afirma que é um mercado que ainda tem muito a expandir. 

As agrotechs, foodtechs e cleantechs têm se destacado na região. “É importante que organizem eventos como o Campus Party, que aconteceu de 15 a 19 de junho em Goiânia. A transformação digital não acontece apenas inserindo máquinas, equipamentos e softwares nas linhas de produção, mas na mentalidade das pessoas. Nesses encontros, a curiosidade dos envolvidos inicia o movimento que chega até as grandes corporações eventualmente”, explica.  

Norte

Grande parte da inovação que identificamos na região Norte é de Impacto Socioambiental, principalmente voltada à preservação da Amazônia. No entanto, Morganna explica um contexto importante de entraves neste escopo. “Existe ainda bastante resistência das grandes indústrias para alterar sua produção e aderir a inovação sustentável. Estamos começando a alterar a forma de pensar e entender a tecnologia nesse contexto tão importante.”

Nordeste

“O Nordeste é a região que tem chamado mais a atenção no quesito de empreendedorismo inovador ultimamente”, diz Morganna. Segundo a profissional, a região que tem mais estados no Brasil forma muita mão de obra especializada em suas diversas universidades públicas, mas essa força de trabalho é exportada para outros países ou mesmo para o sudeste brasileiro. 

Por isso, os esforços para estimular o crescimento de negócios inovadores  locais são tantos. “Na situação atual, praticamente todo o investimento em educação é aproveitado por empresas de fora e a riqueza não é desenvolvida aqui.  Precisamos incentivar startups a crescer no Nordeste para impulsionar a economia regional”, finaliza a profissional, que atualmente mora em Campina Grande (Paraíba). 

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